sábado, 6 de junho de 2009

PARALAXE

Um pequeno objeto
Ali ao lado
Sob aquelas mãos
Não, não aquelas
As outras
As que nunca afagam


DISTÂNCIAS

Não chegue muito perto
As últimas badaladas soaram lá
Agora sim
Apague a luz


INFÂNCIA

Um vento frio
No rosto
A rua comprida
Por que me bateram?


FRÊMITO

Meus olhos sobre
Meus dedos sobre a mesa
Um inseto
Uma folha de papel
E já bateram na porta outra vez
Ele deve ter nascido.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

AS RELAÇÕES HUMANAS

Em certas tais situações, procura-se impor um nome definido quando o que cabe é um pronome indefinido. Porque pronome e porque indefinido. O que lembra aquele nosso sonho de infância: ser invisível para entrar e sair de qualquer lugar ou circunstância sem ser notado; sem ferir e ser ferido. "Alguém" não é sempre melhor que "João" quando se trata de "João e Maria"? E por que "Maria"? Bem, "Maria" já é quase indefinida. Pensando melhor, "João" também. Ah, "algo" em vez de "amor".

quarta-feira, 3 de junho de 2009

PAISAGEM

Uma árvore
Um homem
Ele morreu